O baile foi organizado
Com esmero e atenção
Todo mundo convidado
Empolgado com a promoção
Finalmente chega o dia
De recepcionar a sociedade
Está na hora, que alegria!
Vieram todos da cidade
A pequena guilhotina, na entrada,
Cobra o ingresso macabro:
Todos têm a mão decepada
Para dançar exibindo o escalavro
Nas mesas servidas aos montes
Vísceras de jovens camponesas
Bebida: sangue humano em fontes
Pênis substituem calabresas
Idosas se exibem peladas
Dançando e sangrando no palco
Todas senhoras empaladas
Estacas onde um dia passaram talco
Têm virgens adolescentes
Sodomizadas gritando nos cantos
No meio das pernas vertentes
Dos olhos cascatas de pranto
Prefeito sendo enrabado
Por um viril gari favelado
Presidiários estupram delegado
Padre com crucifixo entalado
Madames são feitas de putas
E as putas sorriem infames
Das senhoras de bem, fajutas,
Sofrendo, amarradas em arames
Ao fim do baile o que se aprecia
É o salão de sangue inundado
Que fétido se torna à luz do dia
E irriga os corpos mutilados
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