terça-feira, 17 de abril de 2007

O BAILE DO ANO


­O baile foi organizado
Com esmero e atenção
Todo mundo convidado
Empolgado com a promoção

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Finalmente chega o dia
De recepcionar a sociedade
Está na hora, que alegria!
Vieram todos da cidade

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A pequena guilhotina, na entrada,
Cobra o ingresso macabro:
Todos têm a mão decepada
Para dançar exibindo o escalavro

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Nas mesas servidas aos montes
Vísceras de jovens camponesas
Bebida: sangue humano em fontes
Pênis substituem calabresas

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Idosas se exibem peladas
Dançando e sangrando no palco
Todas senhoras empaladas
Estacas onde um dia passaram talco

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Têm virgens adolescentes
Sodomizadas gritando nos cantos
No meio das pernas vertentes
Dos olhos cascatas de pranto

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Prefeito sendo enrabado
Por um viril gari favelado
Presidiários estupram delegado
Padre com crucifixo entalado

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Madames são feitas de putas
E as putas sorriem infames
Das senhoras de bem, fajutas,
Sofrendo, amarradas em arames

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Ao fim do baile o que se aprecia
É o salão de sangue inundado
Que fétido se torna à luz do dia
E irriga os corpos mutilados

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